Vai olhando

21 de fevereiro de 2012

à dois

Ela:Eu já te esqueci.
Ele:Claro que sim! Então... o que você está fazendo aqui?
Ela:Eu só vim lhe informar isso.
Ele:E você se deu ao trabalho de sair da sua casa pra vim aqui só me dizer isso?
Ela:Eu estava passando por perto.
Ele:E resolveu parar pra tocar num assunto que deveria ter morrido?
Ela:Só queria que você soubesse que eu não penso mais em você antes de dormir, queria dizer que não passo horas olhando o visor do meu celular, esperando um sinal de vida seu. Queria só lhe informar que não tremo mais quando alguém toca no seu nome, que eu não me arrepio de ouvir sua voz, que eu não choro lendo as coisas que você me escreveu, que eu me arrependo de ter te conhecido. Queria mesmo que você soubesse que eu nunca te amei.
Ele:E por que falou que me esqueceu? Se nunca sentiu nada por mim, como iria esquecer alguém de quem nunca lembrou?
Ela:Eu... eu...
Ele:Você mente muito mal... minha bobinha...
Ela:Não me chama de bobinha, é doloroso.
(Ele sorrir.)
Ele:Por que seria, se você nunca sentiu nada por mim? Por que chamar-te pelo teu velho apelido te afeta tanto?
Ela:Porque um dia eu acreditei que você foi capaz de me amar!
Ele:Eu nunca disse que menti...
Ela:Mas não importa, não é mesmo? Você está feliz sem mim.
Ele:Eu nunca lhe disse que estava feliz, nunca disse que passei dias procurando-te em outra, procurando seu perfume, seu toque, sua voz, seus carinhos, seus beijos, e também nunca disse que não consegui encontrar em nenhuma delas. Eu nunca lhe falei que havia esquecido-te, ou que essa historia tenha sido em vão.
(ela abaixa a cabeça.)
Ele:Eu nunca, nem sequer, procurei te esquecer.
Ela:E por que você nunca fez isso?
Ele:Porque eu sempre soube que um dia você iria bater na minha porta, e sem querer iria anunciar que ainda me ama como sempre foi capaz de amar, e que nesse dia eu te acolheria em meus braços pra nunca mais te deixar ir. Eu sempre soube que você voltaria pro seu mundo!
Ela:(com lágrimas nos olhos) Eu não posso viver sem a minha alma, sem o meu coração, sem a minha vida.
Ele:Era tudo que eu precisava ouvir!

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