Hoje bateu uma vontade insuportável de você. Uma vontade louca de te ter pra mim novamente, de esquecer tudo que já passou e poder ver aquele seu sorriso tosco. E mesmo que meu coração esteja te querendo desesperadamente, minha cabeça assume que essa historia já acabou, o assunto foi encerrado e pronto.
| Ela: | Eu já te esqueci. |
| Ele: | Claro que sim! Então... o que você está fazendo aqui? |
| Ela: | Eu só vim lhe informar isso. |
| Ele: | E você se deu ao trabalho de sair da sua casa pra vim aqui só me dizer isso? |
| Ela: | Eu estava passando por perto. |
| Ele: | E resolveu parar pra tocar num assunto que deveria ter morrido? |
| Ela: | Só queria que você soubesse que eu não penso mais em você antes de dormir, queria dizer que não passo horas olhando o visor do meu celular, esperando um sinal de vida seu. Queria só lhe informar que não tremo mais quando alguém toca no seu nome, que eu não me arrepio de ouvir sua voz, que eu não choro lendo as coisas que você me escreveu, que eu me arrependo de ter te conhecido. Queria mesmo que você soubesse que eu nunca te amei. |
| Ele: | E por que falou que me esqueceu? Se nunca sentiu nada por mim, como iria esquecer alguém de quem nunca lembrou? |
| Ela: | Eu... eu... |
| Ele: | Você mente muito mal... minha bobinha... |
| Ela: | Não me chama de bobinha, é doloroso. |
| (Ele sorrir.) | |
| Ele: | Por que seria, se você nunca sentiu nada por mim? Por que chamar-te pelo teu velho apelido te afeta tanto? |
| Ela: | Porque um dia eu acreditei que você foi capaz de me amar! |
| Ele: | Eu nunca disse que menti... |
| Ela: | Mas não importa, não é mesmo? Você está feliz sem mim. |
| Ele: | Eu nunca lhe disse que estava feliz, nunca disse que passei dias procurando-te em outra, procurando seu perfume, seu toque, sua voz, seus carinhos, seus beijos, e também nunca disse que não consegui encontrar em nenhuma delas. Eu nunca lhe falei que havia esquecido-te, ou que essa historia tenha sido em vão. |
| (ela abaixa a cabeça.) | |
| Ele: | Eu nunca, nem sequer, procurei te esquecer. |
| Ela: | E por que você nunca fez isso? |
| Ele: | Porque eu sempre soube que um dia você iria bater na minha porta, e sem querer iria anunciar que ainda me ama como sempre foi capaz de amar, e que nesse dia eu te acolheria em meus braços pra nunca mais te deixar ir. Eu sempre soube que você voltaria pro seu mundo! |
| Ela: | (com lágrimas nos olhos) Eu não posso viver sem a minha alma, sem o meu coração, sem a minha vida. |
| Ele: | Era tudo que eu precisava ouvir! |
(…) Não é porque ele tem os olhos mais lindos que eu já vi… é exatamente porque aqueles olhos possuem um brilho único pra mim. E também não é porque ele tem um jeito super bobo, mas é porque esse jeito idiota me encanta, me faz rir, me faz bem. Eu não o amo só pelas suas qualidades, aprendi a ama-lo pelos defeitos também. Eu consegui aceitar cada detalhe irritante que ele possui. Ele é infantil, idiota, imbecil, chato, bobo, quase insuportável, irritante, mandão, problemático, resmungão e besta. Mas acima de tudo, eleé meu. Meu amor… meu anjo. Eu juro que eu me esforço pra não ter raiva, porque é quase impossível não me chatear. Ele sabe das coisas que eu não gosto e mesmo assim faz de proposito. Ele vira minha cabeça, e chocalha ela como se fosse um brinquedo na mão de um bebê, me faz raiva, puxa meu cabelo e em seguida bagunça-o totalmente, me fazendo parecer que passo anos sem ver uma escova. Ele me morde, me faz cocegas e umas trocentas coisas a mais que eu não suporto. E eu realmente não sei como depois de tudo isso eu ainda consigo ama-lo, e eu amo, loucamente por sinal. Tem alguma coisa nele que me faz esquecer todas as idiotices que ele apronta, algo que me faz ama-lo acima dessas besteiras, e as vezes eu me odeio por isso, porque eu gostaria de pensar primeiro em mim antes de fazer alguma coisa, de não ama-lo tão loucamente, e saber a hora certa de parar com isso. Mas eu não sei, realmente não sei!
estou tentando apagar tudo isso da minha memoria, todas essas lembranças embasadas, que ficam querendo me atormentar. Eu estou tentando não pensar tanto em você, e ainda assim eu quero não te esquecer. Eu não quero ter que tremer ao te encontrar, e nem sentir a sensação de um coração sendo gelado ao olhar pra ti. Mas parece inevitável. é só te olhar e todas as coisas que passamos juntos vem à mim… Eu fugi de toda essa realidade por alguns dias, e agora ela tenta me assombrar… e eu percebo que não posso fazer absolutamente nada pra mudar isso. Porque encarar isso parece mais certo do que viver fugindo desses sentimentos. Viver com medo do que eles podem fazer comigo, do quanto eles podem me machucar. Eu não quero mais ter que fantasiar um sorriso, eu preciso passar por toda essa dor e ver se consigo superar, porque depois de tudo isso, quando eu for sorrir, quando eu estiver mesmo curada, então eu vou saber que esse sorriso é verdadeiro, e isso vai valer a pena. Eu vou estar certa de que não superei, mas pelo menos vou conseguir seguir em frente sem precisar mentir pra mim mesma que estou bem. 
